morrem-me nos ouvidos,
jogadas em curvas, perdidas no eco;
falecem as palavras que lanço no ar,
suprimo, como sempre fiz, as palavras reais que quero transparecer.
Recolho à carapaça e continuo a passar os dedos nas rugas,
montanhas e vales de uns quantos pedaços de vida
que temem magoar por não saber,
a branca ignorância que rema sem parar,
suada e ofegante, quase inebriada de tentar..

para ser sincero a todas as pessoas verbais presentes,
o acérrimo medo que me assola sempre foi,
o lago gelado da trivialidade social..
aquele lado em que não sei participar sem fazer aquela carranca,
de quem olha mas não lê, de quem ouve mas não escuta..
não por opção, ou talvez sim, uma maquinaria sub-consciente que me retira a razão da qual me consigo dotar na maior parte dos momentos..

eu quero construir a ponte e passar para o outro lado,
mas quando a fragilidade da minha sempre presente fobia da mediocridade se torna uma mescla de negação e ignorância,
fico na presença de mim mesmo a pensar no que correu mal,
quando nem sequer sai dos meus pensamentos por um segundo...

talvez um tutor, talvez alguém por ai saiba como navegar por entre as pessoas,
e num dia em que a sorte tenha adormecido na minha porta,
terei a sina trocada e poderei ser teimoso, estúpido, ignorante, e inocente, sem me autoreprimir pelo mesmo.... talvez... até à data, nada tive a não ser areia a voar pelas mãos...
continuo à espera.. Etiquetas:
..
...




..estou um pouco vazio..............cansado da repetição e do enleio..
.....da minha duvida e ignorância..


...
..
Etiquetas:

..pensando em.. (0)

independentemente da tua sentença,
eu quero presenciar, réu, ao julgamento das palavras que te quero dar.
talvez o comodismo que me assola, esteja agora sim,
a fazer mossa na consciência de um ser vivente ao qual roubaste a atenção..

notas fazem-me lembrar-te sem razão aparente,
todo o teu sorriso é impossível numa boca,
levando a simplicidade das tuas palavras
ao cerne da frágil mente;
logo trabalho, e como sempre,
com a pior das expectativas lanço a imaginação
furiosa que faz doer
em busca da lógica da tua animal reacção..
e sem saber o que esperar,
todo o dia perplexo passo a indagar como seria..

Na tua face procuro sinais,
escuto as paredes sentindo culpa,
e de face rosada sorrio aos ínfimos sinais
de que não me vez com estranheza,
mas com inteligível compreensão.

talvez o dia para matar a dúvida esteja a assomar-se
e logo logo poderei largar este escudo pesado,
e com intrepidez lançar-me às palavras que mudam vidas


... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Etiquetas:

lato (0)

tento não tremer para não mostrar,
tento não temer para não chorar;
temo ter feito ambos quando sorri..
a tua forma de descascar a trivialidade,
intriga-me e instiga-me,
talvez um destes dias me liberte,
soltando a língua numa destas noites;
a presença que mostras, sincera,
fecha-me os poros,
e sustendo a respiração ali fico;
à procura de um pedaço de papel onde escrever a mensagem...
mas ao encontrar um papel nu,
para depositar as palavras,
as minhas mãos,
os meus dias e anos,
os meus olhos e todos os meus sentidos,
gritam o medo de medo ter,
de me revelar sem sofrer..

e quando ele dentro de mim mora,
nada mais sinto senão uma imensa pequenez.. Etiquetas:

tsk tsk (0)

rompo-te as mãos dos dedos,
levo-te e não sei por onde começar a morder.
Não sei trincar-te, ignorando o restolho ao mesmo tempo..
Indigesto, como te enxaguas de sorrisos à minha frente;
cobro entrada a quem entrou, cobro amizade na recta que construímos,
ontem e hoje te quero, a pagar, apagando de quando em vez o que resta de comiseração..

Solto a língua e viras a cara,
....
porque o fazes?

não consigo sequer lamber a superfície do que te apoquenta,
não consigo abrir os olhos sem os fechar de novo,
abro-os, vermelhos e quentes,
vertem tardes em que não compreendo..

todas elas já perderam cor,
não há paladar na gesticulação frenética do vocabulário,
de que nada serve senão para cair em falso.. Etiquetas:

barfff.. (0)

Porque como todos nós sabemos,
apenas um se assumou para a cozinha;
apenas eu fiquei,
por teimosia e por preceito..
Como Sempre!!
talvez uma das expressões que mais odeio usar!
talvez uma daquelas que me reflecte sem mentir..
Mata-me por dentro, isso sim..
E tu? Como me vês?
Na postura descomposta que ficou como sequela,
mas talvez o que nos tráz aqui a este novo local,
não seja a pertinente espera, nem a incessante batalha;
mas sim a construção de algo, pelo qual,
me valha apena abrir os olhos nas manhãs gélidas de mais um abril,
ou mais um rosto sem interesse.
Com os dedos a começar a doer
e com dúvidas em relação ao melhor caminho a tomar,
cômo as caimbras como respiro, para me aventurar a ver a vida que levo,
pelos olhos da velha consciência, que nunca adormecida,
não deixou descansar as olheiras de interrogação
que nas notas suaves desta ventania, rebuliço levantaram.

Hoje, aqui, definitivamente dentro da dúvida, moro de fugida,
de medo, moro de encosto,
sem saber como, nem um certo porquê de querer igualar a tragédia que não vivo,
com as palavras que não escrevo.
Pego nas certezas e descasco-as até à polpa, e nu fico,
no quarto alugado à duvida;
Copo de certezas na mão,
e jornal de há dez anos na outra, para ver as notícias a passarem por mim.
Pouso o papel antigo e bebo de uma vez só;
os medos assumem-me e fico como sempre, como sempre..

Esqueci-me do chá na prateleira,
volvi para o apanhar e voltei para o pensamento.

Com as mãos a tinir escrevo sobre o futuro que não quero ter,
escrevo sobre os cenários que todos os dias se assumem,
como mais difíceis de evitar,
como a tua palma na minha face, ao rubro,
quando com os olhos semicerrados me preparo
para devolver o favor de te levar para onde não queria ir,
de te ter mostrado como realmente sou egoísta,
na presença de outrem.
Todos os dias peço, penso e me banho nas desculpas que te quero dar,
por não ser aquilo que esperavas, nem aquilo que ansiavas,
enquanto te mentia, impune.
A sola está gasta de tanto correr atrás,
e as morais apagadas de tanta chuva e chuvinha de maledicência.

Para te dizer a verdade:
A verdade é que:
Detesto ser real, se tenho que me ser;
odeio selo para ti,
parecendo o miúdo mal comportado que joga o cachorro escadas abaixo;
quase que sinto que não há nada que possa fazer por nenhum deles,
pois a mundana "fisicalidade" do planeta e das pessoas,
remete-me para a impossibilidade, comigo mesmo e para com os outros.
Talvez ai, jaze o problema,
pois assim fico, durante longos períodos de tempo,
neste conto da minha vida, a pensar como seria ter uma,
com alguém com quem acabo de trocar sorrisos.

Patético na indumentária que trago,
para me defender de vocês.
Se há sitio em que é difícil ganhar batalhas,
dentro da minha vida é capaz da impossibilidade ser verbo vigente.
Quando os amigos entram dentro da sala de jantar,
e te destroem as dúvidas com um passar de dedos na água,
esmorece-te os sentidos e falha-te a razão.
Ontem no seu funeral, mantive o decoro
e resolutamente decidi aprender.
Talvez não haja aprendizagem que me façam esquecer
os verbos em gerúndio que definem isto,
mas há sem dúvida vontade de provar o doce fel que poderá ser,
a partilha pela qual aspiro.

Ajuda-me, cultiva-me por favor. Etiquetas:
hummmm.. Etiquetas: